diarreiamental
Tuesday, July 29, 2008
  Era uma vez uma gata, que de malta não era, mas era de país irmão. Por isso mesmo, não teria problemas com o Serviço de Fronteiras. Apesar disso, o tipo bem a olhava, desconfiado, perguntando-se o que faria aquela criatura ali. Afinal de contas estas tipas são umas belas gatas, mas são todas putas é o que é. Outra coisa não passa na cabeça deste agente, acostumado que está a estas andanças de entradas evidentemente ilegais das Raparigas da Terra de Vera Cruz. Está certo de que esta não é diferente das outras e persiste nas perguntas. E quanto dinheiro trás consigo, pergunta-lhe. Comigo, comigo ou quer saber o dinheiro que tenho no banco, Não quero saber da sua conta bancária, apenas o dinheiro que trás na carteira, agora, consigo, Três mil dólares e três mil euros. Desconcertado com a quantia, e apanhado nas suas manhas de experiente inquisidor, pensa se deve abordar o porquê de ter tanto dinheiro na carteira e se falam de notas, cartões e cheques. Decide rodear a questão pois que isto de ir directo ao assunto coloca o respondente com maiores cautelas. E onde vai ficar alojada, acaba por perguntar, depois de olhar o passaporte fixamente para ganhar tempo para fazer a pergunta. Vou ficar numa casa, com uns amigos, dividindo quarto, E quem são esses amigos, Amigos lá do Brasil, E qual o motivo da sua vinda a Portugal, Eu vim prá estudar, E o que vai estudar, Veterinária, Onde, Na Universidade Portuguesa. Desconfiado, demora agora mais um tempo, precioso para esta importante investigação, olhando o passaporte como se buscasse provas da falsidade das declarações. Decide voltar ao dinheiro. E o dinheiro que trás consigo, são notas, Sim, são notas, E porque trás tanto dinheiro consigo, Não creio que seja muito dinheiro. Depois de ver e rever as notas, os cartões de crédito, os cheques e as meias e os casacos e os fundos das duas malas e as etiquetas de embarque e os brincos e as pulseiras e tudo o mais que havia para ver, depois de ter feito todas a demais perguntas que só um sábio e experiente inquisidor como ele sabe fazer, no seu intímo, tinha a certeza. Aquela era outra puta e ainda por cima fina, endinheirada, por certo de clientela que já tinha lá do outro lado. Sabia que ainda teria mais umas horas com ela e ia aproveitar. Tinha já o chefe de olho pois que andavam a deixar passar muita gente. De outro modo não poderia ser, tinha de encontrar o rabo de fora. Este gato tinha de ter o rabo de fora, mesmo que estivesse bem escondido. Além do mais esta gata era das boas, com pedegree, cheirava bem. Mesmo que não desse em nada não é de perder a oportunidade. Sempre há aquelas que pagam a entrada no país suplicando, de joelhos, até terem a benção na boca e acabarem com o baptismo a escorrer-lhes pela cara. E mais perguntas se seguem a este extenso interrogatório, cansativo, até levar o nosso inqisidor à irritação. Nem pedidos de joelhos, nem rabo de fora. Esta tem tudo bem pensado. Olha agora o relógio de parede da sala. Tem já só meia hora para encontrar as provas. Resolve deixá-la sozinha, não sem antes lhe fazer saber que muitas das suas Companheiras resolvem estes assuntos de formas muito simples. Dez minutos já passaram. Vinte ainda sobram quando entra de novo na sala para novas perguntas. Estive a pensar se não teria nada para me dizer, alguma proposta para sairmos deste impasse em que nos encontramos e, deixe-me dizer-lhe, nos encontraremos por bastante tempo acaso não comece a colaborar, Respondi a todas as suas perguntas, colaborei, não percebo que mais pode querer, Você sabe muito bem onde quero chegar, não se faça desentendida, Não, não sei onde está querendo chegar. Silêncio. Dez minutos lhe quedam. Não dão para nada pensa ele agora. Nem culpa nem pedidos de joelhos. Vou deixá-la seguir, anunciou-lhe enquanto começava a preencher os papéis da entrada. Dentro de cinco minutos o chefe entrará para saber do resultado do questionário. Quanto tempo falta, perguntou ela. Não percebo, Quanto tempo falta para que o seu chefe entre aqui, Três minutos, Tudo o que tinha de fazer era pedir, Pedir o quê. Sem responder, assomou-se a ele, puxou-lhe a cadeira para o lado com ele sentado, ajoelhou-se no meio das suas pernas, sacou-lho para fora e chupou-o violentamente até o fazer explodir na boca. Três minutos depois o chefe entra e pergunta se vão ter uma deportação ou algum pedido de desculpas. Não chefe, a esta basta pedir, Pedir o quê, Uma mamada, Basta pedir uma mamada, Isso mesmo me acabou de dizer. Dois minutos depois, já de joelhos, engole também o sémen do chefe. A pergunta permaneceu-lhe na cabeça muitos anos após. Nunca soube se aquela era puta. Mas soube que seria boa veterinária. Tratava muito bem os animais.

The One Gent 
Todas as diarreias mal cheirosas que afastem os seres indesejados do nosso caminho celestial, ou seja, toda a podridao que interfira com o nosso longo e penoso caminho ate ah luz da sagrada imortalidade.

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